A pesquisa, “Análise das políticas e ações do campo da gestão da educação no trabalho, implantadas no SUS”, conduzida por pesquisadores do Observatório de Recursos Humanos da UFRN, encontra-se com seus resultados publicados no site www.observatoriorh.ufrn.br. A pesquisa é fruto de uma parceria com o Ministério da Saúde que se propôs a contribuir com o fortalecimento da área da Gestão do Trabalho e Gestão da Educação nas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde do Brasil.
No período de 2013 a 2019, foi realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte o “Curso de Especialização em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde”, na modalidade Educação a Distância (EaD) coordenado pelas professoras Drª Janete Lima de Castro e Drª Rosana Lúcia Alves de Vilar. Com alcance em todas as regiões do país, o curso foi desenvolvido na Região Nordeste (2013- 2014); nas Regiões Norte e Centro Oeste (2014-2016) e nas Regiões Sul e Sudeste (2018-2019).
O relatório da citada pesquisa apresenta a investigação de 339 trabalhos realizados na área por estado, nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil. Os resultados estiveram baseados nos desafios identificados por gestores que atuam no campo da gestão da educação na saúde e, também, em ações vistas como possibilidade de intervir sobre os problemas identificados.
A análise dos resultados possibilitou a organização de duas grandes categorias relacionada aos desafios da Gestão da Educação na visão dos gestores Municipais e Estaduais de Saúde. Estes desafios foram divididos em: “Problemas relacionados a processos educativos” e “Problemas relacionados aos processos de gestão e organização da educação na saúde”. Os achados reforçam os desafios debatidos na área dos recursos humanos em saúde, ainda tão recorrentes, que envolve a educação no trabalho na saúde e, também, no contexto da formação dos profissionais. A pesquisa lista a necessidade de processos de capacitação, de acordo com a visão dos gestores, decorrentes da lacuna dos processos formativos e do cotidiano do trabalho.
Em relação as ações propostas pelos gestores para o enfrentamento dos desafios, três categorias foram identificadas: “Ações relacionadas a processos educativos (natureza educativa)”, “Ações referentes aos processos de gestão e organização da educação na saúde” e “Ações para desenvolvimento de investigação científica”. Os gestores apontam a necessidade de se romper com os métodos tradicionais de ensino, com a adoção das metodologias ativas, tanto nas capacitações em serviço, quanto no processo de formação dos profissionais. Outros pontos identificados nos resultados envolveram a integração entre ensino-serviço, formação pedagógica para os preceptores dos serviços de saúde, desenvolvimento de Políticas de Educação Permanente em Saúde e estudos investigativos na área da gestão da educação na área.
É importante destacar que os problemas e as ações propostas alcançaram a realidade de 243 municípios das regiões Sul e Sudeste, totalizando quase 10% do total dos municípios das duas regiões, de acordo com a relação dos municípios destas regiões identificados no IBGE.
A análise permitiu identificar as fragilidades na implantação da Educação Permanente em Saúde e ausência de apoio para o desenvolvimento de ações para a área. Estes problemas, apesar de serem de conhecimento histórico na construção das políticas de saúde, demonstram a contínua necessidade de apoio aos gestores que atuam no Sistema Único de Saúde.
O trabalho em saúde é dinâmico e repleto de desafios que envolvem desde a sua estrutura física e de recursos humanos. Assim, torna-se necessário o constante apoio aos profissionais e trabalhadores da saúde no intuito de fortalecer a força de trabalho por meio da qualificação profissional e do apoio à necessidade constante de organização dos serviços de saúde.
É possível ter acesso ao trabalho na íntegra acessando o site do Observatório de Recursos Humanos da UFRN, no link: http://www.observatoriorh.ufrn.br/uploads/762a0bec42aacaff2146fd5fc7cfd650.pdf
Artigo de divulgação escrito por Thais Paulo Teixeira Costa - Pesquisadora do Observatório de Recursos Humanos da UFRN.