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30 de September de 2021

Formação para fortalecer a gestão de sistemas e serviços de saúde é tema de trabalho apresentado no CALASS 2021 por pesquisadores do Observatório RH/UFRN

Formação para fortalecer a gestão de sistemas e serviços de saúde é tema de trabalho apresentado no CALASS 2021 por pesquisadores do Observatório RH/UFRN.

Thais Paulo Teixeira Costa, bacharela em Saúde Coletiva e pesquisadora do Observatório RH/UFRN; Gustavo Sobral, jornalista e pesquisador do Observatório RH/UFRN.

Locarno, Suiça, 17 de setembro de 2021. Pesquisadores do Observatório de Recursos Humanos da UFRN, Observatório RH/UFRN, Paula Beatriz de Souza Mendonça, Natanael de Freitas Neto, Thais Paulo Teixeira Costa, Nathalia Hanany Silva de Oliveira, Abigail Keyla de Santana, Maria Eugênia Ferraz do Amaral Bodra, Matheus Zuliane Falcão, professor Dr. Fernando Aith e a coordenadora do Observatório de Recursos Humanos, prof. Dr.ª Janete Lima de Castro participaram do Congresso Anual do ALASS, o CALASS, com apresentação de resultados de pesquisas que contribuem com o fortalecimento da saúde pública no Brasil.

Intitulado “O curso de bacharelado em saúde coletiva: formação voltada para gestão de sistemas e serviços de saúde”, o trabalho proposto por Paula Beatriz de Souza Mendonça aluna do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e orientado pela professora doutora Janete de Lima Castro teve como objetivo “descrever o ensino da gestão dos sistemas e serviços de saúde no curso bacharelado em Saúde Coletiva”.

Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem documental sobre o curso de bacharelado em Saúde Coletiva. Foram analisados 22 Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) de bacharelado em Saúde Coletiva existentes no Brasil. A seleção foi realizada mediante a disponibilidade dos PPC por meio eletrônico entre outubro e novembro de 2020 e extraídos os contextos de ensino da gestão de sistemas e serviços de saúde.

Em sua explanação, Paula Beatriz de Souza apresentou os desafios históricos da formação em recursos humanos em saúde no Brasil para atuação no Sistema Único de Saúde e o marco da criação da graduação em Saúde Coletiva para o enfrentamento desses desafios no que se refere ao âmbito da gestão dos serviços.

O Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu com a promulgação da lei 8.080/90 com o intuito de garantir o direito à saúde legitimado pela constituição de 1988, tornando-se o ordenador da formação de recursos humanos para a área da saúde. Mas é apenas em 2008, assevera Paula Beatriz de Souza, que surge no Brasil um novo curso de graduação na área da saúde denominado de bacharelado em Saúde Coletiva para atender a uma necessidade a formação de profissionais com ênfase na gestão, educação e atenção à saúde.

A gestão em saúde compõe um dos pilares do curso bacharelado em Saúde Coletiva identificado em 100% dos cursos analisados, aponta a pesquisadora que identificou que são preconizados componentes teóricos e práticos de 45 a 60 horas sobre as temáticas: gestão em saúde, planejamento e gestão em saúde, avaliação de sistemas e serviços de saúde, gestão do trabalho e educação, dimensionamento e gestão de saúde, planificação e gestão em saúde.

O curso, segundo a pesquisadora, estabelece como atividades práticas os estágios obrigatórios, aulas práticas, visitas técnicas em serviços e sistemas nas três esferas de atenção à saúde com predominância no SUS.

A formação, considera Paula Beatriz de Souza, proporciona a construção gradativa de competências e habilidades para atuação profissional em situações de crises sanitárias pelo amplo conhecimento de problemas reais de saúde populacional a partir da análise das doenças e agravos de saúde relacionados aos determinantes socioeconômicos e culturais da população.

Os egressos do curso, salienta, estão aptos a integrarem a gestão de secretarias de saúde, instâncias governamentais de saúde, sistemas de saúde, planejamento estratégico de situações de crise sanitária, assessoria técnica de gestão e gestão de pessoas.

O curso de bacharelado em Saúde Coletiva, conclui a pesquisadora, se constitui como uma formação estratégica para a gestão de sistemas e serviços de saúde. Os conhecimentos construídos ao longo da formação a partir de situações práticas de problemas de saúde proporciona que profissionais e egressos deste curso possuam competências e habilidades para atuarem nos diversos níveis de gestão em saúde.

Em suma, a pesquisadora aponta como resultados da pesquisa a presença de temas relacionados a gestão dos serviços em todos os projetos pedagógicos e a imersão dos alunos em serviços de saúde para compreender e vivenciar a aplicação dos conceitos nestes espaços. A investigação destacou que o bacharelado em Saúde Coletiva possui um espaço estratégico para o desenvolvimento da gestão dos serviços de saúde.

CALASS 2021

A XXXI edição do congresso anual da ALASS aconteceu em Locarno, Suíça, entre os dias 6 e 18 de setembro de 2021 e permitiu, em razão da pandemia do coronavírus, a possibilidade de participação e apresentações on-line.

Os temas principais do evento foram a adequação dos cuidados nos sistemas de saúde e a gestão da pandemia do coronavírus e seus impactos sobre o sistema de saúde.

A edição homenageou Gianfranco Domenighetti (1942-2017). Nascido em Lugano, Domenighetti se dedicou à saúde pública e, entre outras atividades, foi pesquisador, professor de política e economia da saúde e consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A ALASS é uma rede de cientistas formada por professores e pesquisadores voltada para investigação dos sistemas de saúde dos países latinas. Foi fundada em Lugano, em 27 de janeiro de 1989 e anualmente promove o seu congresso com a presença de pesquisadores de todo o mundo.