Rede ObservaRH - Observatório RH da UFRN

23 de July de 2021

Observatório de Recursos Humanos da UFRN divulga estudos realizados sobre a Saúde do Trabalhador durante a Pandemia da COVID-19

O 4o Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão da Saúde, que aconteceu de maneira virtual em março de 2021, teve como tema central “O SUS e o projeto civilizatório: cenário, alternativas e propostas”. Sob orientação da Professora Dra Janete Lima de Castro, participaram do evento pesquisadores integrantes do Observatório de Recursos Humanos da UFRN.

As condições de trabalho vivenciadas durante a pandemia de COVID-19 têm resultado em exaustão física e mental dos profissionais de saúde envolvidos na assistência, isso pode levar ao desenvolvimento de doenças nessa força de trabalho, e dentre elas destaca-se a Síndrome de Burnout. Diante disso, estudos investigativos estão sendo desenvolvidos no Observatório de Recursos Humanos da UFRN e divulgados em congressos científicos para auxiliar medidas que protejam a atuação dos trabalhadores da saúde.

A mestranda Paula Beatriz de Souza Mendonça e a doutoranda Juliana Pontes Soares, alunas do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da UFRN, apresentaram trabalhos que abordaram aspectos relevantes sobre a saúde do trabalhador no contexto da pandemia de COVID-19.

O trabalho intitulado “MUDANÇA NAS CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS TRABALHADORES DA SAÚDE EM TEMPOS DE PANDEMIA”, com autoria de Paula Beatriz, Juliana Pontes, Vanessa Cristina e Janete Lima de Castro, teve como objetivo apresentar os boletins da Rede CoVida relacionados as mudanças nas condições de trabalho dos profissionais da saúde para o enfrentamento da pandemia.

 Ressaltou pontos importantes sobre os profissionais da categoria de enfermagem evidenciando o adoecimento devido ao cansaço físico e estresse psicológico, o que pode resultar na insuficiência e/ou negligência com as medidas de proteção. As condições de trabalho enfrentadas e o medo de se contaminar e transmitir COVID-19 para outras pessoas tem causado sofrimento mental nesses profissionais. Com relação ao uso de EPI, alguns profissionais precisam se adequar à nova realidade do período pandêmico.

                Outro trabalho intitulado “COVID-19: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA REDE ESTADUAL DE PERNAMBUCO” teve como objetivo caracterizar os profissionais de saúde da rede estadual de Pernambuco contaminados pelo COVID-19 segundo características sociodemográficas e clínicas. Os autores Juliana Pontes Soares e Janete Lima de Castro, evidenciaram por meio do estudo que 69,8% dos profissionais contaminados na rede estadual de Pernambuco são do sexo feminino, na faixa etária de 30 a 39 anos, a categoria profissional mais atingida foi a de auxiliares e técnicos de enfermagem com 41,3% dos casos e 35,9% dos óbitos, e a I Região de Saúde, com sede em Recife, foi a que concentrou maior número de profissionais contaminados.

            O terceiro trabalho intitulado “PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM DO NORDESTE FRENTE À PANDEMIA DA COVID-19” com autoria de Juliana Pontes Soares, Paula Beatriz de Souza Mendonça, Deborah Zuleide de Farias Melo e Janete Lima de Castro, objetivou descrever o quantitativo de exposição ocupacional de profissionais de enfermagem a COVID-19 na Região Nordeste do Brasil, no período de 26 de fevereiro a 13 de maio de 2020.

            De acordo com os resultados apresentados, durante o período que o estudo foi desenvolvido, foram diagnosticados 3.992 casos de COVID-19 em profissionais de enfermagem da Região Nordeste, e o estado de Pernambuco obteve o maior número de casos e de óbitos em profissionais de enfermagem. A faixa etária predominante de profissionais contaminados foi de 31 a 40 anos. Os óbitos ocorreram majoritariamente no sexo feminino e a faixa etária predominante desses óbitos foi de 51 a 60 anos.

            Os trabalhos apresentados convergem pontos importantes, uma vez que evidenciaram os profissionais de enfermagem como a categoria profissional mais vulnerável ao COVID-19, isso justifica-se por se tratar de profissionais que estão mais presentes no cuidado direto aos pacientes e dessa forma possuem um maior risco de contaminação.

Nesse segmento, infere-se que, a pandemia apresenta-se como um desafio não apenas para os profissionais de saúde, mas também para a organização dos serviços de saúde.  Dessa forma, torna-se necessário a adoção de medidas que venham a garantir a estruturação dos serviços de saúde, recompor a força de trabalho, disponibilizar os equipamentos de proteção individual de acordo com a necessidade do trabalho desenvolvido e qualificação profissional para um melhor enfrentamento à COVID-19.

É possível ter acesso ao trabalho na íntegra acessando o site do evento, no link:  https://proceedings.science/cbppgs-2021/apresentacao?lang=pt-br e inserindo o título do trabalho que deseja ler.


Artigo de divulgação escrito por Juliana Pontes Soares e Janete Lima de Castro.