[...] É desafiador conciliar as práticas profissionais com as aulas e desenvolver trabalho, ler a bibliografia recomendada, fazer a sua pesquisa. Gilsandra de Lira Fernandes
Gilsandra de Lira Fernandes é mestranda em Gestão do Trabalho e Educação em Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Especialista em Auditoria e Serviços de Saúde pela Consultoria Brasileira de Ensino, Pesquisa e Extensão-CBPEX (2015). Especialista em Educação Permanente em Saúde em Movimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2015). Especialista em Enfermagem em Nefrologia pela Universidade Estadual do Ceará (2009). Enfermeira pela Faculdade Santa Emília de Rodat (2006). Auditora em Serviços de Saúde efetiva do Município de Parnamirim/RN. Tem experiência na área de Enfermagem assistencial, nefrologia, na atenção básica e hospitalar, com ênfase em gestão hospitalar e auditoria em serviços de saúde, formação em serviço, tutoria e gestão de Programas de Pós-graduação na modalidade de Residências em Saúde. Atuou na assistência de enfermagem, diretora Multiprofissional de Hospital de Alta Complexidade, Coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional da Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba. Coordenadora dos Serviços Hospitalares e Unidades de Referências da Secretaria de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Norte. Nesta entrevista, Gilsandra de Lira Fernandes apresenta um pouco da sua visão e experiência enquanto discente do MGTES/UFRN. A entrevista, realizada em novembro de 2023, por Gustavo Sobral e Thais Paulo, para Observatório RH UFRN, é parte de uma série de entrevistas com os mestrandos do PPGTES.
Observatório RH: Qual a principal motivação para ingressar no mestrado? Gilsandra de Lira Fernandes : Sou enfermeira de formação e já transitei por diversas áreas de atuação no Sistema Único de Saúde, desde a atenção à gestão da educação e sempre tive vontade de aprofundar meus conhecimentos na área da gestão do trabalho e da educação na saúde. Quando eu vi o edital do mestrado aberto, me senti bastante instigada a me inscrever no processo seletivo. Ser aprovada e ingressar foi muito gratificante. A cada disciplina, fui superando minhas expectativas. O mestrado agrega.
Observatório RH: E por que a escolha por um mestrado em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde? Gilsandra de Lira Fernandes : A área de gestão do trabalho é algo muito desafiador para a administração pública, considerando que existe déficit de pessoal, problemas com dimensionamento, problemas de regulamentação e precisamos chegar junto para desenvolver soluções sustentáveis para que o serviço consiga fluir da melhor forma possível. Cursar o mestrado na área é um aprimoramento. É aprofundar conhecimentos de várias temáticas nas quais a gente atua. Na prática, a gente vai conseguindo instrumentalizar as nossas práticas ao aprofundar os nossos conhecimentos na partilha com os professores e os demais integrantes do mestrado.
Observatório RH: Como foi então este processo de cursar o mestrado trabalhando? Gilsandra de Lira Fernandes : Quando eu ingressei no mestrado, eu estava em uma determinada área e, logo após começar, eu ingressei em outra área, uma mudança de cenário na atuação profissional. Mas, como eu disse, esse mestrado agrega tanto que você, mesmo estando em qualquer área, você consegue. É desafiador conciliar as práticas profissionais com as aulas e desenvolver trabalho, ler a bibliografia recomendada, fazer a sua pesquisa. Não é fácil, mas vale muito à pena, como eu disse, e repito, o mestrado agrega bastante e transforma. Mesmo na área de auditoria, eu consegui de forma significativa trazer um aprendizado incrível para o meu processo de trabalho, sem falar, no trabalho de pesquisa que nos dispomos a desenvolver.
Observatório RH: Qual o seu tema de pesquisa? Gilsandra de Lira Fernandes : Meu projeto permaneceu o mesmo que propus quando ingressei no mestrado. Não houve mudança. O meu tema é serviço e formação em saúde nos programas de residência e nasceu a partir de uma vivência muito tensa que eu tinha nos hospitais enquanto gestora do SUS. Estar por perto também dessa construção da formação para o SUS, que, me fez ver o sofrimento psíquico pelo qual passavam estes profissionais durante a formação dos programas de residências médicas e programa de residências multiprofissionais. E desenvolver esta pesquisa em um programa de mestrado é outra coisa, porque você ganha com as contribuições do orientador e com o olhar da banca.
Observatório RH: Poderia nos falar um pouco sobre estas contribuições? Gilsandra de Lira Fernandes : As contribuições são imensas. Estamos ali durante o processo formativo, conversando com orientador, com os colegas de trabalho e do mestrado sobre a nossa temática em questão e nos aprofundando na teoria. Ter acesso ainda ao olhar que a banca traz é muito agregador. A minha banca qualificação trouxe contribuições maravilhosas para o meu processo de trabalho, inclusive nos pontos mais importantes que precisavam ter sido citados no meu trabalho e eu ainda não tinha feito. Também foram enriquecedoras as contribuições da banca de defesa. Foi tudo bastante enriquecedor, se fosse para mim escolher fazer tudo novamente, eu faria.
Observatório RH: Como você resumiria esta experiência? Gilsandra de Lira Fernandes : É conhecimento, é partilha, é uma gratidão imensa. Com certeza saímos diferenciados da experiência do mestrado. Não nos damos conta de que tudo passa tão rápido. Eu diria a quem pretende ingressar no mestrado e a quem começou a cursar agora que aproveite cada disciplina, cada saber proporcionado para conseguir transformar os nossos processos de trabalho, transformar as nossas práticas. Todas as minúcias que o processo de trabalho traz que não são fáceis, sobretudo, na gestão do trabalho, sempre muito desafiadora. Então acho que a gente não pode perder o timing, tem que aproveitar cada momento mestrado, cada etapa, cada fase, é muito importante.