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[...] A educação é capaz de lhe transportar para um novo mundo, e o conhecimento que adquirimos deve ser partilhado, para transformar não só a sua vida, mas a de todos Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves

Entrevista

Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves | Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde

Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves é mestranda em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Possui graduação em Enfermagem pelo Centro Universitário do Maranhão (CEUMA). Especialização em Saúde da Família (UNASUS/UFMA) e Especialização em Acompanhamento, Monitoramento e Avaliação na Educação em Saúde Coletiva (UFRGS). Atualmente, é coordenadora de curso da Escola de Saúde Pública (ESP/MA). Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em saúde da família, avaliação em saúde, educação permanente em saúde, docência e aleitamento materno. É enfermeira na Bebê da Vez Assessoria Gestacional e Infantil, empresa voltada para assistência humanizada em todo ciclo gravídico-puerperal. Nesta entrevista, Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves apresenta um pouco da sua visão e experiência enquanto discente do MGTES/UFRN. A entrevista, realizada em novembro de 2023, por Gustavo Sobral e Thais Paulo, para Observatório RH UFRN, é parte de uma série de entrevistas com os mestrandos do PPGTES.

Observatório RH: Qual a principal motivação para ingressar no mestrado? Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves: A temática do mestrado, que é gestão do trabalho, educação na saúde, que é uma temática muito relevante; o fato de ser um mestrado profissional e está conectado com a nossa atuação profissional; a referência na área que é a Universidade Federal do Rio Grande do Norte; e o excelente quadro de professores.

Observatório RH: E por que um mestrado profissional? Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves: O mestrado profissional nos norteia nos nossos processos de trabalho e também nos ajuda, porque é muito difícil você conciliar trabalho, estudo e outros atravessamentos da vida e do cotidiano, como ser mãe, esposa e da dona de casa. Além disso, quando ingressamos, estávamos atravessados pela Pandemia, tivemos aulas remotas, mas isso não impediu que se construísse todo um cenário propício ao aprendizado, troca de saberes e interação entre os colegas. As falas nos atravessam, então, quando nós nos deparamos realidades distintas, acendia uma luz para dizer assim: bom, eu poderia fazer dessa forma no meu Estado! Eu não estou sozinho, porque eu também enfrento esses problemas. Eu me lembro muito da das nossas primeiras discussões, onde se falava da uberização do trabalho e o quanto isso impacta na educação, na saúde, ou seja, tudo, tudo isso está interligado.

Observatório RH: E os atravessamentos da vida que você mencionou como parte da experiência do mestrado profissional? Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves: Ao longo desses dois anos, um deles foi atravessado pela maternidade. Já era mãe de gêmeos e me vi grávida pouquíssimos meses depois. Quanto e quantas noites, eu estudando para o mestrado, meu bebê acordava, e meu marido ia busca-lo, eu o amamentava e depois, ele voltava pra dormir. Então foi muito desafiador. O professor José Jailson de Almeida Junior, meu orientador, foi incrível. Sem o apoio dele, sem a ajuda dos colegas, do meu marido, nada seria possível. Não se faz um mestrado sozinho, porque o mestrado não é tão simples. Você se cobra para que você faça esse percurso, trazendo transformações para você mesmo, mas você também se pergunta sobre a importância e o papel da sua pesquisa, em gerar conhecimento para transformar. Eu acredito bastante que o meu trabalho possa ser útil ao meu Estado, o Maranhão, e por que não, possa ser ampliado para todo o território nacional.

Observatório RH: E em que consiste o seu trabalho de pesquisa? Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves: Estudar a Educação Permanente no Estado do Maranhão no período de 2012 a 2022, tendo como foco identificar as formações e elaborar um protótipo de um aplicativo para mapear essas ações no Estado. O aplicativo traz um mapa de cada município, onde é possível se saber por onde os profissionais passaram. Dividimos as dezenove regionais de saúde e, em cada regional de saúde, os municípios. O gestor pode abrir o aplicativo e pesquisar, por exemplo, o município é São João Batista, e pode verificar quantos cursos de formação tiveram por lá. O aplicativo foi desenvolvido por mim é por uma equipe de três geniozinhos que trabalham na Escola de Saúde Pública.

Observatório RH: Para finalizar, que mensagem você deixaria a que pretende cursar o mestrado? Emmanuele de Jesus Balata Sousa Alves: Meu pai sempre me disse que existe algo que nunca ninguém pode nos tirar. Podem tirar sua casa, o carro, você pode ser demitido, perder o emprego, mas existe uma coisa que ninguém tira. Uma vez conquistado, é seu para sempre: o conhecimento. A educação é capaz de lhe transportar para um novo mundo, e o conhecimento que adquirimos deve ser partilhado, para transformar não só a sua vida, mas a de todos. E quando a educação se junta à saúde, não tem para ninguém, não é?