[...] A visão teórica que o mestrado nos apresenta nos ajuda na construção de um olhar crítico sobre a realidade. Nos auxilia a construir um olhar mais lapidado sobre a saúde coletiva e sobre a saúde pública. Ruy Ribeiro Moraes Cruz
Ruy Ribeiro Moraes Cruz é mestrando em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Psicólogo formado pelo Centro Universitário do Maranhão (2004), graduando em Direito pela Centro Universitário do Maranhão (2018). Atualmente, desempenha suas funções como Analista Técnico do Departamento de Pós-Graduação na Escola de Saúde Pública do Maranhão, tendo experiência em gestão e supervisão dos serviços de Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas. Exerce a função de Diretor Administrativo da Associação Brasileira de Psicologia Jurídica-ABPJ, é Vice-Presidente do Núcleo de Valorização da Vida NAVISLU, entidade mantenedora do Posto CVV São Luís. Tem experiência na área de Gestão, Psicologia e Justiça, com ênfase na área Jurídica e Clínica, tendo foco em Educação em Saúde, Atenção Psicossocial, Saúde do Trabalhador, Criminologia, temas relacionados as violências, a prevenção ao Suicídio e aos sobreviventes. Nesta entrevista, Ruy Ribeiro Moraes Cruz apresenta um pouco da sua visão e experiência enquanto discente do MGTES/UFRN. A entrevista, realizada em novembro de 2023, por Gustavo Sobral e Thais Paulo, para Observatório RH UFRN, é parte de uma série de entrevistas com os mestrandos do PPGTES.
Observatório RH: Qual a principal motivação para ingressar no mestrado? Ruy Ribeiro Moraes Cruz: Quando olhei edital, achei bem interessante a proposta. Não sei se recordam, mas o edital saiu no meio da Pandemia da Covid-19. Saiu no momento em que vivíamos aquela situação e eu estava trabalhando diretamente com pessoas que estavam em sofrimento público. A gente estava identificando um grande número de profissionais da saúde que estava passando por um quadro de sofrimento, principalmente aqueles que estão na ponta dos hospitais, nas Upas, o que me levou a pensar numa pesquisa voltada para buscar compreender o sofrimento psíquico dos profissionais que atuma nas UTIs.
Observatório RH: Qual a contribuição do mestrado para a sua formação? Ruy Ribeiro Moraes Cruz: A visão teórica que o mestrado nos apresenta nos ajuda na construção de um olhar crítico sobre a realidade. Nos auxilia a construir um olhar mais lapidado sobre a saúde coletiva e sobre a saúde pública. Eu, na minha área de atuação, consegui avançar muito. Quando a gente começou a estudar força de trabalho do SUS e, no meu caso, principalmente, a parte psíquica, foi de extrema valia para pensar não só a minha atividade e a realidade com a qual eu estava me deparando, mas também pensar o meu trabalho de pesquisa. Acredito que momento que estamos envolvidos nessa realidade, conseguimos aprender com a teoria e mudar a prática, de maneira que isso muda o processo de trabalho no nosso cotidiano.
Observatório RH: Como foi o processo de pesquisa? Ruy Ribeiro Moraes Cruz: Eu apresentei a ideia de criar um projeto terapêutico singular para os profissionais de saúde, porque eu já tinha a certeza que eles passavam por sofrimento psíquico, no caso, um transtorno mental causado pelo trabalho. Visando a ideia de formar uma rede de dados, fui desenvolvendo a minha pesquisa fundamentado em toda a base teórica apresentada, nas conversas com o meu orientador, procurando entender o processo do sofrimento desde origem, ou seja, na identificação, na percepção profissional do que seria sofrimento. Escolhi como estudo de caso um hospital de alta complexidade aqui da região, referência no Estado. Selecionar dentro do perfil da pesquisa, os profissionais a serem entrevistados, realizar as entrevistas e a partir do material coletado, realizar uma análise de conteúdo, foram etapas do meu processo de pesquisa.
Observatório RH: E ao final deste processo, como você se sente? Ruy Ribeiro Moraes Cruz: O mestrado é uma parte da minha trajetória, uma parte do meu caminho. Um dos meus filhos, o mais novo, nasceu durante o mestrado. Meu interesse é não parar por aqui, quero pleitear uma vaga no doutorado, quero continuar meu trabalho e meus estudos e sou grato por todos os ganhos que tive no mestrado. Queria fazer um agradecimento aos professores, agradecer a Deus, à minha família por ter esta oportunidade.