Iris do Céu Clara Costa | Editora da Revista Ciência Plural

A professora Iris do Céu Clara Costa é formada em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN, 1977), mestre pela Universidade Federal Fluminense (1981) em Odontologia Social, doutora pela Universidade Estadual Paulista (UNESP, 2000) Araçatuba na área de Odontologia Preventiva e Social e pós-doutora pela Universidade Aberta de Lisboa (2009) em Psicologia Social. Professora da Faculdade de Odontologia e da Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFRN, professora Iris do Céu exerceu diversos cargos, dentre eles o de Coordenadora de Odontologia do Município de Natal (1985) e de Coordenadora Estadual de Odontologia (1988). Também foi professora visitante da Universidade Federal de Alagoas (1982) e participou do Serviço de Avaliação de Normas e Convênios (SANCON) do Ministério da Saúde na Delegacia Federal de Saúde (1982-1984), no Rio Grande do Norte. Professora do Departamento de Odontologia da UFRN desde 1994, em 2014, realizou um sonho, a criação de uma revista científica, a Revista Plural, sobre a qual tratará nesta entrevista concedida ao jornalista Gustavo Sobral, membro do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Observatório RH-UFRN), em maio de 2015.

Observatório RH: Como surgiu a Revista Ciência Plural? Iris Costa: A revista sempre foi um sonho meu. E uma necessidade. Um programa como o nosso de pós-graduação com trinta e sete anos de existência não possuía ainda uma revista. Era a hora de criar. Uni então o sonho à necessidade.

Observatório RH: Por que Plural e qual a proposta da revista? Iris Costa: A Saúde Coletiva tem esta característica de ser plural, diversa. O nome Plural surgiu em razão desta amplitude da saúde coletiva que comporta vários temas, este nome foi pensado nesta perspectiva e com esta finalidade. A revista surgiu portanto para dar fomento a Saúde Coletiva, propagar e divulgar trabalhos científicos na área e propor espaço para que os pesquisadores divulguem os seus trabalhos, tendo em vista que a pesquisa de pós-graduação é de extrema importância, pois também fornece suporte para a graduação a partir do momento que os professores se atualizam e assim surge mais espaço para iniciação científica. Só há benefícios. A revista também é um reflexo da qualidade dos profissionais da saúde no estado do Rio Grande do Norte. A UFRN é uma universidade de excelência, os cursos da saúde são bem conceituados, Odontologia tem conceito cinco no ENADE, nutrição, fisioterapia também estão em destaque, dentre tantos outros, o curso de Gestão e Sistema e Serviços de Saúde ainda novo, já promete. A UFRN é uma universidade grande, a maior do Norte e Nordeste e tem lugar de destaque nas universidades brasileiras, merece uma revista assim e tem conceito para abrigá-la.

Observatório RH: A princípio o que foi preciso para criar a revista? Iris Costa: Sempre estive em contato com as bibliotecárias da Biblioteca Central Zila Mamede e da Biblioteca Setorial do Departamento de Odontologia, sobretudo porque sentimos a necessidade de criar um espaço virtual para arquivar as monografias do curso. Assim tomei conhecimento de um curso de editoração na biblioteca e consultei as bibliotecárias sobre o que era necessário para criar um periódico eletrônico.

Observatório RH: E por que a escolha do formato eletrônico? Iris Costa: A princípio em razão dos custos que implicam numa revista impressa, mas também a facilidade de acesso que uma publicação eletrônica é capaz, basta consultar o endereço eletrônico e fazer uma busca, o alcance é bem maior. Então fiz o projeto da revista e submeti ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBITC) que autoriza a criação de periódicos científicos no Brasil. É também o IBICT que fornece o International Standard Serial Number (ISSN), essencial para a validação de uma publicação, sobretudo, científica.

Observatório RH: E em que consistiu este projeto para a revista? Iris Costa: Foi preciso elaborar um projeto em que constassem todos os dados necessários para o funcionamento de uma revista, ou seja, o título da revista, o seu propósito, as normas para publicação e a periodicidade, a nomeação do editor responsável, o corpo editorial, que se compõe do conselho editorial, da equipe de revisores e dos bibliotecários responsáveis. Aprovada pelo IBITC, a revista é criada e será abrigada no Portal de Periódicos da universidade.

Observatório RH: Qual o papel de cada ente da revista? Iris Costa: O corpo editorial são as pessoas que dão suporte à editora; o conselho editorial são os revisores, aqueles que lerão os artigos e farão os pareceres favoráveis ou não à publicação dos trabalhos submetidos; já a comissão de normalização é composta pelos bibliotecários, no nosso caso, cinco bibliotecárias, duas da BCZM e três da Setorial de Odontologia, que vão verificar se os autores seguiram as normas de publicação e dar o suporte técnico à Revista. Cada periódico cria suas normas. A editora, a comissão de normalização e o corpo editorial são os responsáveis pelas definições das normas para a submissão dos trabalhos. Cabe a comissão de normalização a elaboração dos aspectos técnicos de uma publicação. O corpo editorial assessora o editor, compete à assessoria cientifica a sugestão de temas, editoriais, sugestão e convite para professores participarem, fornecer suporte técnico e científico. O conselho editorial é responsável pelas análises e pareceres.

Observatório RH: Qual o procedimento que passa o artigo após ser submetido? Iris Costa: A editora recebe os artigos e distribui de acordo com o tema; para o conselho editorial destinando para cada especialista o artigo que se enquadre na sua área de atuação; há a fixação de um prazo para leitura e elaboração do parecer com as observações pertinentes e a decisão de aceita ou recusa. Se julgar que deva haver alguma alteração a ser realizada pelo autor, devolve ao autor que então terá um prazo para rever o seu trabalho e reenviá-lo para aprovação definitiva.

Observatório RH: Quais os tipos de trabalho que podem ser submetidos à revista? E quem pode submeter? Iris Costa: Artigos científicos originais, relatos de casos clínicos, artigos de análise crítica, como o próprio título dispõe, a revista é plural, tanto por abranger a pluralidade de estudos e trabalhos que se abrigam na área da Saúde Coletiva, quanto na diversidade de tipos de trabalhos que podem ser submetidos, de acordo com as normas, quer sejam artigos, relatos de casos clínicos etc. Também propomos a edição de números especiais temáticos e a publicação de números suplementares e anais. Alunos da graduação e da pós-graduação e profissionais de saúde em geral preferencialmente da área da saúde e da odontologia, podem submeter trabalhos à revista. A chamada de artigos tem abertura permanente e o acesso é livre.

Observatório RH: A revista já começou a circular? Iris Costa: O primeiro número já está no ar, na incubadora do Portal de Periódicos da UFRN. A revista a princípio é quadrimestral. Começamos a divulgação para chamada de artigos entre os pesquisadores, os artigos foram chegando, fomos lendo e um primeiro número nasceu. O primeiro número é amplo e variado, tem relato de experiência de treinamento de educação permanente, tem relato de caso clínico de síndromes raras. Conseguimos reunir oito trabalhos para este primeiro número, e já temos um segundo número pronto, com artigos sobre violência da mulher, vigilância sanitária de alimentos, artigos sobre casos clínicos. Números especiais também então em curso, vamos publicar os Anais do Encontro de Bioética da UNESP Araçatuba, 2014 e os Anais da Décima Terceira Jornada Universitária de Odontologia do Rio Grande do Norte (JUORN) 2014. Também nos propomos a publicar os anais do Segundo Seminário de Envelhecimento Humano e Saúde, promovido pelo programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva e da Reunião da Sociedade Nordestina de Pesquisa Odontológica, que em 2015 será em Natal. A revista está crescendo.

Observatório RH: E quais os planos para o futuro? Iris Costa: Transformar a revista em uma revista bimensal, quem sabe mensal. Uma revista nasce sem nada, tudo se vai conquistando, o prestígio, o público, os pesquisadores, é uma conquista gradativa, assim como é a conquista do Qualis. A revista começou bem, temos 54 professores no nosso corpo de trabalho, 34 deles são de outros universidades. Já nascemos prestigiados. Professores da UFMG, USP São Paulo e Bauru, UEL de Londrina no Paraná, Unicamp, UEPB, UFPE, UFC, de universidades de quase todo Brasil, dois professores da Espanha e um professor da Universidade do México. Tenho e-mails de professores convidados para participar que se sentiram honrados pelo convite. A UFRN tem um nome e prestigio. O corpo tende a crescer e contamos com total suporte do corpo local, os professores do nosso curso que formam o Corpo Editorial da revista. E vamos trabalhar na divulgação da revista que atualmente está na incubadora e em breve estará no portal. O segundo número já está pronto, lançaremos em breve, preparamos um editorial em que se conta a história do programa de pós-graduação em Saúde Coletiva, toda a história do curso, quantos profissionais já formou até hoje, a trajetória da Odontologia à Saúde Coletiva. Enfim...como tudo começou.