[...] O processo de qualificação e capacitação para uma melhor gestão é essencial para que tenhamos um serviço mais eficiente e humanizado. Avânia Almeida
Avânia Dias de Almeida é mestranda em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista em Saúde Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2020), especialista em Administração Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2017), graduada em Administração Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2014). Atuou como Subcoordenadora de Informação da Gestão do Trabalho e Educação na Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte e atualmente é coordenadora da Gestão do Trabalho e Educação na Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte. Nesta entrevista, Avânia Dias de Almeida apresenta um pouco da sua visão e experiência enquanto discente do MGTES/UFRN. A entrevista foi realizada em maio de 2023 por Gustavo Sobral e Thais Paulo para Observatório RH UFRN e é parte de uma série de entrevistas com os mestrandos do PPGTES.
Observatório RH: Se nós fossemos fazer uma retrospectiva, como é que você descreveria a contribuição das disciplinas cursadas no mestrado para o seu processo de formação e reflexão sobre a gestão do trabalho e a educação na saúde? Avânia Almeida: Enquanto trabalhadora da gestão de trabalho e de educação na saúde foi uma oportunidade de ter a visão mais ampliada, a começar pelos conceitos básicos, a diferença de educação permanente e educação na saúde, como nos ensinou o professor Marcelo Viana. Neste processo de aprendizado, que envolvia a explanação dos professores, as leituras dos autores e o diálogo com os colegas, começamos a imergir nesse mundo de forma crítica. Nós, os discentes, fomos sempre nos surpreendendo a cada aula e a cada disciplina com a riqueza e amplitude do curso. Tivemos também uma reflexão muito boa na disciplina de saúde do trabalhador. Pensando lá no início, posso mencionar uma das primeiras disciplinas, que tratava sobre trabalho e sociedade, que nos levou a refletir sobre a construção do nosso processo de trabalho e a abrir o nosso olhar para a força que o capitalismo exacerbado exerce sobre o trabalhador que fica exposto a uma condição de trabalho às vezes desumana. Posso destacar outras disciplinas como a ministrada pelo professor Fernando Aith, convidado a falar sobre regulação do trabalho. Eu acredito que todas essas reflexões propostas por estas e por outras disciplinas vieram para ficar e impactam o nosso dia-a-dia na gestão.
Observatório RH: Que contribuições a bagagem teórica das disciplinas trazem para sua a pesquisa? Avânia Almeida: Logo que começamos, a professora Janete Castro, coordenadora do curso, nos orientou a cada disciplina irmos construindo o nosso referencial teórico. Ela nos disse: vão anotando os pontos que lá na frente vocês vão precisar. E de fato eu fui usando bastante os conteúdos das disciplinas no que havia de pertinente à minha pesquisa. Na proposta e no referencial teórico, para a minha pesquisa, eu trago, por exemplo, a autora Maria Helena Machado é essencial para pensar o processo de construção do meu trabalho final.
Observatório RH: Como você considera a troca entre professores e alunos nesse contexto? Avânia Almeida: Alguns dos professores já tinham passado pelo campo da gestão do trabalho ou da educação na saúde, atuando diretamente ou indiretamente, então, também trazem uma propriedade prática para o debate. É uma via de mão dupla, porque há também uma riqueza de experiências que o corpo discente traz. São pessoas de diversos estados do Brasil e, assim, vamos conhecendo as realidades um dos outros e as suas práticas de trabalho. O mestrado proporciona, portanto, um diálogo e de troca entre professor, professora, aluna, aluno, alunos e alunas e a coordenação.
Observatório RH: Quando você começou o curso, vivíamos no mundo o auge da pandemia da Covid-19, como você avalia o processo do ensino remoto nesta situação? Avânia Almeida: Acredito que eu, Larissa Monteiro e Lauro Bezerra tivemos um diferencial, porque já participávamos em ensino remoto de uma especialização em saúde pública. Nós já estávamos nesse ritmo de sermos trabalhadores da saúde e estudarmos por modo remoto. Deu certo.
Observatório RH: Você poderia nos contar um pouco sobre a importância do mestrado para a sua atuação na Gestão do Trabalho e Educação na Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte? Avânia Almeida: Tomei posse agora em fevereiro na coordenadoria, mas antes eu atuava na subcoordenadoria de informação, que também faz parte da Coordenadoria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da SESAP/RN. Está no mestrado me confere total segurança para assumir esta posição. Acredito que se eu não estivesse nesse no mestrado, não teria aceito esse desafio.
Observatório RH: Em resumo, qual a sua avaliação sobre o mestrado como processo de formação? Avânia Almeida: O processo de qualificação e capacitação para uma melhor gestão é essencial para que tenhamos um serviço mais eficiente e humanizado. A gestão do trabalho e da educação na saúde é tão potente quanto a vigilância, tão potente quanto a assistência direta, porque está tudo entrelaçado, então não adianta atribuir pesos e notas para as áreas que compõem o SUS, tudo é saúde, tudo é SUS. Há muitos profissionais atuando na área gestão do trabalho e da educação na saúde que só tem a crescer ao ingressar no mestrado. O mestrado é transformador por nos levar a outras dimensões da área, nos proporcionando uma visão mais ampliada, portanto, eu digo aos gestores que não percam esta oportunidade, sobretudo, neste programa de mestrado, um curso que tem um protagonismo na área.