[...] Para mim, a gestão é primordial para tudo. Se o gestor não tiver um olhar de sensibilidade e de empatia, a gente não vai melhorar o serviço, não é? Rosane Canuto
Rosane de Souza Lira Canuto é mestranda em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Graduada em Odontologia pela Faculdade de Odontologia de Pernambuco (1987), é especialista em Saúde Pública com Ênfase na Interprofissionalidade pela Universidade Federal de Alagoas (2022); em Gestão Hospitalar Pública pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (2019); em Formação Integrada Multiprofissional em Educação Permanente em Saúde pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2015); em Gestão da Clínica nas Regiões de Saúde pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês (2013); em Gestão do Trabalho e Educação em Saúde pela Universidade Federal de Alagoas (2011). Pertence ao quadro de servidores da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de Alagoas, exercendo suas atividades laborais na Superintendência de Valorização de Pessoas da secretaria. Nesta entrevista, Rosane de Souza Lira Canuto apresenta um pouco da sua visão e experiência enquanto discente do MGTES/UFRN. A entrevista, realizada em abril de 2023 por Gustavo Sobral e Thais Paulo para Observatório RH UFRN, é parte de uma série de entrevistas com os mestrandos do PPGTES.
Observatório RH: Qual a principal motivação para ingressar no mestrado? Rosane Canuto: Desde 2011, eu estou atuando na gestão do trabalho e educação e saúde e acredito que, quanto mais conhecimento se tem sobre a área, melhor, pois o conhecimento nos traz mais propriedade para tomar decisões e agir. Além do mais, a gente se qualifica é bom não só para a gente, mas também para o serviço e, consequentemente, para a sociedade. A parte de gestão é também muito importante, porque sem um administrativo, por exemplo, como é que vai chegar o medicamento até o paciente? Em 2021, tomando conhecimento da existência do mestrado em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde da UFRN, pensei, essa oportunidade eu não posso perder! Me inscrevi e fui aceita e, hoje, já sou aluna concluinte.
Observatório RH: Como a sua atuação profissional contribuiu para a escolha do mestrado e do seu objeto de pesquisa? Rosane Canuto: Embora minha graduação seja em odontologia, meu encanto e minha atuação profissional transcorreu no campo dos recursos humanos em saúde. Fui coordenadora em recursos humanos em um pronto socorro, depois, fui transferida para um hospital. Minha trajetória no hospital começou em 2014. Iniciei na área de dimensionamento da força do trabalho, depois na área de desenvolvimento e educação de pessoas, também atuei na chefia do serviço, sempre na área de recursos humanos. Quando comecei o mestrado, eu atuava, desde de 2018, como coordenadora de recursos humanos e foi em busca de qualificação e melhoria que ingressei no mestrado. Naturalmente, meu projeto se deteve à área de recursos humanos do hospital, escolhi estudar o afastamento de servidores algo com que eu lidava no dia a dia.
Observatório RH: Poderia também nos falar um pouco sobre a contribuição do mestrado para a sua prática profissional? Rosane Canuto: O mestrado nos deixa aptos à colocar o conhecimento adquirido em prática e com o projeto de pesquisa nos levar a pensar e refletir sobre a questão que propomos. No meu caso, por exemplo, é o estudo sobre o afastamento dos servidores por adoecimento. Inúmeras questões passam a nos provocar: o que que leva ao afastamento dos servidores? Quais são as doenças? Quando você estuda, você começa então a ter um olhar que você não tinha. Além disso, há todo o aprendizado em sala de aula com os professores e a troca de experiências com os colegas. Em resumo, eu saio do mestrado maravilhada. Para mim, a UFRN é a melhor.
Observatório RH: Que inquietações a levaram a escolha deste objeto e como você acredita que pode contribuir para a melhoria do serviço? Rosane Canuto: Eu sempre lidava com a questão do afastamento dos servidores, sobretudo, por licença para tratamento médico. Aquela coisa do servidor afastado, muito tempo de licença e as coordenações que viam sempre pelo lado mais objetivo, ou seja, o servidor que está afastado muito tempo e está prejudicando as escalas. As escalas ficam subdimensionadas, mas nunca com o olhar do porquê esse servidor se afastava. E isso me deixou inquieta. Então eu queria compreender o que estava acontecendo e pensei em traçar um perfil para identificar as causas de adoecimento que mais levam a afastamento do servidor. Ao final, eu pretendo entregar a dissertação para o hospital. É o meu dever. Pretendo conversar com os gestores, com as coordenações para ver o que é possível fazer para diminuir o número de afastamento desses servidores. É o que acontece quando a gente começa a estudar, a gente busca melhorar a realidade.
Observatório RH: Como você avalia a participação do orientador nesse processo? Rosane Canuto: A minha orientadora é um capítulo à parte, uma pessoa maravilhosa, a professora Janete Castro. Ela tem muitos fãs aqui na Secretaria de Saúde de Alagoas. Uma pessoa que muita gente admira e eu admiro. Ter uma orientadora como a professora Janete Castro com larga experiência nessa área é, portanto, um privilégio. As contribuições dela são essenciais, ela vê muitas vezes o que a gente não vê. O processo de orientação é, assim, essa troca, e, no meu caso, uma troca privilegiada.
Observatório RH: Como você avalia o apoio da gestão ao processo de qualificação dos servidores e da equipe? Rosane Canuto: No meu caso, há um total apoio. E não pense que por ser a área de gestão que não traz um retorno para a sociedade. A parte administrativa e de pessoal é extremamente importante. Para mim, a gestão é primordial para tudo. Se o gestor não tiver um olhar de sensibilidade e de empatia, a gente não vai melhorar o serviço, não é? O mesmo se pode dizer em relação à equipe. Porque hoje sou eu, amanhã será o outro em processo de qualificação, então temos que nos ajudar. O outro é importante e sempre digo que tudo é em prol de melhorarmos o serviço.
Observatório RH: Para finalizar, que mensagem você deixaria àqueles que pretendem cursar o mestrado profissional? Rosane Canuto: Quando a gente começa a estudar, a gente se qualifica e se torna uma pessoa empoderada para lidar com os desafios do dia a dia. A educação transforma, já dizia Paulo Freire. Toda pessoa que atua na área da gestão do trabalho e da educação e saúde tem que cursar este mestrado, porque ele transforma.