[...] Quero buscar fundamentos técnico-científicos e identificar se há uma correlação entre força de trabalho e indicadores de saúde. Robson Oliveira
Robson José da Silva é diretor de Regulação, Monitoramento e Avaliação do Trabalho da Secretaria do Estado da Saúde do Tocantins. Aluno da primeira turma do Mestrado Profissional em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, nesta entrevista, ele conversa com Thais Paulo, pesquisadora do Observatório RH da UFRN, sobre a elaboração do seu projeto de pesquisa para o Mestrado, destacando sua trajetória e amadurecimento profissional.
Observatório RH: Como você chegou à área de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde? Robson Oliveira: Sou assistente social e atuo na área da saúde no estado do Tocantins desde 2002. Em 2009 passei a atuar na área da educação na saúde como coordenador da primeira residência multiprofissional no estado do Tocantins, em parceria com a Universidade Federal do Tocantins. A partir da experiência na residência, me convidaram para ser diretor da diretoria de gestão da educação na saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e, posteriormente, vivi uma experiência em uma unidade hospitalar para trabalhar as questões de educação permanente em saúde. Um tempo depois, retornei para a gestão, dentro da Gestão da Regulação do Trabalho na SES do Tocantins. Houve uma fusão entre superintendências que se transformaram em uma Superintendência de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, a partir da compreensão que esses dois tinham que caminhar juntos e não separados. É um processo novo, mas conseguimos provar para a Secretaria de estado que a regulação do trabalho não é apenas gestar a folha de pagamento.
Observatório RH: Sua trajetória contribuiu para a elaboração do seu projeto de mestrado? Robson Oliveira: Sim. Já havíamos pensado em realizar uma proposta para discutir a força de trabalho dentro de um território a partir dos seus indicadores de saúde. E aí levamos essa discussão a diante, ainda pensando na possibilidade de um dia virar uma diretoria e, quando conseguimos, após um diálogo com a Secretaria de Estado e Secretaria de Administração, pensei: “então é isso que eu quero estudar no mestrado”. Quero buscar fundamentos técnico-científicos e identificar se há uma correlação entre força de trabalho e indicadores de saúde para dizer: “olha, dependendo da composição da força de trabalho num território, vamos conseguir analisar também indicadores, modelo de atenção e modelo de gestão”.
Observatório RH: Você conheceu o mestrado a partir de que meio? Houve alguma indicação? Estava acompanhando o processo? Robson Oliveira: Na verdade, foi um processo de admiração e amor. Existiu um projeto que participei com o Observatório de Recursos Humanos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e me interessou muito conhecer mais sobre seu trabalho. Naquele primeiro momento, conheci o curso de graduação em Saúde Coletiva, por meio dos alunos e egressos que atuavam neste espaço, que me chamou a atenção. Neste projeto que participei, divulgaram que iria acontecer o Mestrado Profissional em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde e foi nesse momento que pensei: “posso usar isso como uma forma de melhorar a gestão dentro do estado Tocantinense”. Apresentamos um projeto para o estado de Tocantins e eu vim. Houve um processo de amadurecimento e a ideia foi interessante porque quem está financiando é a gestão. Ela entendeu que a proposta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte era uma proposta interessante para instrumentalizar e implementar na gestão do estado, tanto que o Secretário de Estado falou: “o estado vai financiar, desde que você implemente os processos de trabalho desde o início, aqui”.
Observatório RH: Por que escolheu cursar o Mestrado Profissional em Gestão, Trabalho, Educação e Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte? Robson Oliveira: Existem dois motivos. Um motivo é pessoal, devido a minha formação profissional, sou assistente social, e gosto de discutir a categoria trabalho. Me interessando, em especial, discutir trabalho e território, pois, a partir do que alguns autores discutem, acredito que a transformação se dará a partir do território. O segundo motivo é por atuar na área da Gestão do Trabalho. Então pensei que seria uma forma de contribuir para esse processo de transformação, aqui neste micro território que é do Tocantins. Então, me qualificar com pessoas que estão discutindo trabalho, gestão e levar esses elementos para discutir com os nossos coletivos foi o principal elemento. Conhecer um pouco sobre o Observatório de Recursos Humanos também contribuiu na perspectiva de fortalecer os espaços da Secretaria. Pensamos em criar um núcleo ou sala de situação com informações sobre força de trabalho ou, talvez, no futuro poderemos ter um Observatório. Então, esses foram os motivos que me levaram ao mestrado.