Rede ObservaRH - Observatório RH da UFRN

[...] A principal importância do curso é a profissionalização da gestão. Francisco das Chagas Teixeira Neto

Entrevista

Francisco das Chagas Teixeira Neto | Coordenador local dos Cursos de Especialização e de Aperfeiçoamento em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CGTES), modalidade Educação a Distância (EAD) no Estado do Tocantins. Este curso é produto de parceria estabelecida entre Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Ministério da Saúde.

Francisco das Chagas Teixeira Neto é coordenador local dos Cursos de Especialização e de Aperfeiçoamento em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CGTES), modalidade Educação a Distância (EAD) no Estado do Tocantins. Enfermeiro e pedagogo por formação, especialista em Gestão dos Serviços de Saúde e em Docência para o Ensino Superior na área da Saúde e mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Tocantins, desde a graduação atuou na atenção básica voltada para o assessoramento e gestão. Ocupou diversos cargos, dentre eles coordenador de Saúde na Família, Vigilância na Saúde, foi secretário de saúde municipal e, exercendo esta função no município de Brasilândia, recebeu o Prêmio InovaSUS em 2011, pela implantação do plano de cargos e salários no município, o que despertou seu interesse para a gestão do trabalho na saúde. A entrevista foi concedida a Ingrid Beatriz da Silva, graduanda do Curso de Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde da UFRN e pesquisadora do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Observatório RH - UFRN), em novembro de 2015.

Observatório RH: Qual a situação da Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde no Tocantins? Francisco das Chagas Teixeira Neto: A Gestão do Trabalho em Saúde no Tocantins não é muito diferente da que se vê pelo país. Trata-se de uma área nova no Brasil e as iniciativas ainda são incipientes, algumas, infelizmente, descontinuadas. O próprio organograma da secretaria de Estado do Tocantins contemplava um departamento para gestão de pessoas, o que não foi efetivado, mas que ainda está em processo de mudança e transformação, sobretudo, na atual gestão da secretaria, que é sensível à questão. Outros pontos também se somam, a formação dos novos especialistas em gestão, fruto deste curso de especialização, vem a solidificar a presença do tema da gestão de trabalho nas discussões sobre as questões da saúde. A expectativa é que com a efetivação de todo este processo, haja a criação de uma futura superintendência que congregue a gestão do trabalho em saúde.

Observatório RH: Qual a importância dos Cursos de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde para o cenário nacional e para o Tocantins? Francisco das Chagas Teixeira Neto: A principal importância do curso é a profissionalização da gestão. É tornar possível que a gestão na saúde caminhe para, e este o cenário atual em sua maioria, perpasse de amadora e profissional para uma gestão responsável por profissionais qualificados que, ao se apropriarem da teoria e do conhecimento que o curso é capaz de proporcionar, alcancem os resultados desejados a partir de planejamentos estratégicos. Assim o sistema de saúde só tem a ganhar em qualidade e eficiência. Outro processo importante, decorrente do curso, é a institucionalização das ações de gestão do trabalho que até hoje ainda são muito pessoalizadas, e por isso, descontinuadas, quando na verdade os processos de gestão devem ser planejados e continuados para terem eficiência. Em específico para o Estado do Tocantins, a oportunidade de formar gestores capacitados para que possam ocupar os cargos destinados à gestão em saúde.

Observatório RH: Quais os tipos de projeto de intervenção você espera que sejam desenvolvidos como resultado final dos Cursos? Francisco das Chagas Teixeira Neto: Há temas importantes em discussão que acredito sejam propícios para os trabalhos de conclusão. A desprecarização dos vínculos, vejo como um dos temas de maior apelo, por isso penso que os trabalhos venham a se debruçar sobre esta situação que se desdobra na efetivação dos vínculos, construção de planos de cargos, carreiras e salários e valorização profissional através dos processos formativos. Outro assunto novo é os espaços permanentes de negociação, as Mesas de Negociação, que despertam também o interesse, por serem espaços institucionais de discussão.